Publicado em 12/05/2021A Arábia Saudita quer reduzir de um ano para três meses o prazo de validade da carne de frango in natura que pode ser vendida ao país. A informação foi divulgada ontem inicialmente pela BRF e confirmada posteriormente pelo governo brasileiro.
Os sauditas comunicaram a medida à Organização Mundial do Comércio (OMC) no dia 6 de maio. Ela será agora analisada pelos países-membros potencialmente afetados, caso do Brasil, até 5 de julho. Até lá, o prazo de validade não será alterado.
Integrantes do governo brasileiro dizem que a proposta é um caso “escancarado” de protecionismo comercial. Na semana passada, os árabes suspenderam a importação de frango de 11 frigoríficos brasileiros alegando contaminação microbiológica por salmonela. O veto entra em vigor no dia 23.
“É mais uma ação da Arábia Saudita para acabar de tirar o Brasil do mercado”, disse uma fonte de Brasília que acompanha o tema. “Ela inviabiliza a exportação”.
Agora sob avaliação nos ministérios da Agricultura e Relações Exteriores, o caso é um ingrediente a mais para uma contestação formal aos sauditas no Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC, que deve ocorrer em breve. Na visão dos brasileiros envolvidos no assunto, o país árabe quer se tornar autossuficiente na produção de carne de frango e diminuir a dependência das importações.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a BRF e Seara (JBS), questionou a decisão dos sauditas. “É preciso ver se a medida tem sentido ou não e, ao nosso ver, não tem. Não há margem científica. Pode ser uma barreira comercial disfarçada de medida sanitária”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA. Com informações do Avisite.