Publicado em 05/02/2021O mercado de adubos comercializou em janeiro um recorde de 40% do volume esperado para o ano no Brasil, disse nesta quinta-feira o vice-presidente comercial da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro, e a expectativa é que 2021 registre a máxima histórica de demanda em torno de 40 milhões de toneladas.
Segundo o executivo, o setor de fertilizantes cresceu entre 6% e 7% no Brasil em 2020, apesar dos desafios impostos pela pandemia da Covid-19.
Agora, o ano começou "excepcional", com agricultores antecipando compras diante das boas condições do mercado de grãos.
"(Cerca de) 40% do volume de fertilizantes anual foi vendido em janeiro, nunca chegamos em um número desse nível. Isso pavimenta um cenário extremamente positivo para 2021", afirmou durante debate transmitido pela internet.
O diretor de suprimentos e assistência técnica da cooperativa Coamo, Aquiles de Oliveira Dias, disse que os preços dos fertilizantes tiveram altas recentes, mas como as cotações das commodities agrícolas encontram-se em patamares ainda mais elevados, a relação de troca favorece o agricultor.
Ele afirmou que a rentabilidade positiva permite que o produtor faça suas compras não só de adubos, como de outros insumos. "Adquirimos cerca de 40% do fertilizante que vai ser usado na safra 2021/22", confirmou, citando a safra que será plantada a partir de setembro.
O diretor da mesa de fertilizantes para a América do Sul da StoneX, Marcelo Mello, destacou que a movimentação de compras para a temporada 2021/22 tem ocorrido desde meados de outubro do ano passado.
"A relação de troca realmente está muito boa, mas quem não tem mais soja para negociar e for depender da precificação da soja para março/22, acabará tendo uma penalização... Essa cotação futura é quase 20% mais baixa do que a março/21", alertou.
Ele lembrou que o adubo representa de 30% a 35% do custo de plantio de grãos e pode impactar o produtor que não fizer o adequado gerenciamento de risco sobre a variação de preços. Com informações da Reuters.