Publicado em 16/11/2020Em meio às medidas para reforçar a estrutura de capital, o Frigol, quarto maior frigorífico de bovinos do país, contratou o executivo Eduardo Miron, ex-CEO da Marfrig, como o primeiro conselheiro independente da empresa.
A contratação faz parte da estratégia de profissionalização do Frigol. Até então, apenas membros da família Gonzaga de Oliveira integravam o colegiado. Nos próximos meses, um segundo membro independente deve ser nomeado para o conselho.
Com larga experiência na indústria de carnes e boa interlocução no mercado de capitais, Miron ajudará na profissionalização da gestão.
“A experiência de Miron no agronegócio e, particularmente, em carne bovina, bem como nas áreas de finanças, auditoria, governança, riscos e I&T, é determinante para tê-lo conosco neste novo e vibrante momento de crescimento da Frigol”, disse, em nota, o presidente do conselho de administração do grupo, Djalma Gonzaga de Oliveira.
Nos dez anos de Marfrig, Miron foi vice-presidente de finanças e relações com investidores e CEO global, além de executivo da Keystone.
Na empresa de Marcos Molina, o agora conselheiro do Frigol realizou operações bilionárias, como a venda da Keystone à Tyson Foods e a aquisição da americana National Beef. O executivo deixou a Marfrig em março, em meio à reorganização promovida pela empresa.
Por um contrato de non compete firmado quando saiu da Marfrig, Miron não poderia ir para os principais concorrentes — JBS e Minerva. Mas não havia impedimento para o Frigol, um frigorífico de médio porte que fatura mais de R$ 2 bilhões por ano.
O grupo dos Gonzaga de Oliveira ainda não tem planos de abrir o capital, mas vem trabalhando para reduzir os custos da dívida e vislumbra emitir, pela primeira vez, títulos de dívida como debêntures ou de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), afirmou recentemente ao Valor o CEO do Frigol, Marcos Câmara. Com informações do Valor.