Publicado em 13/10/2020Devido às altas temperaturas no início do mês de outubro, a Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta para uma forte onda de calor que pode ultrapassar os 40 °C em praticamente todo o Estado. O calor excessivo somado ao longo período de estiagem, pode diminuir a produção animal, causando prejuízos para o pecuarista.
Segunda a médica veterinária Cheila Rúbia Leite Massiere Duarte, da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), é muito importante elaborar um bom projeto de criação animal considerando os efeitos das altas temperaturas “O estresse térmico tem como consequência a diminuição na produção de carne e de leite, baixas taxas de concepção, retardo no crescimento de animais de reposição e perdas econômicas significativas para o produtor. Na tentativa de se autorregular, o animal aumenta a frequência respiratória, a sudorese e o consumo de água e ocorrem ainda alterações nas concentrações hormonais e nas necessidades de mantença” explica a médica veterinária.
Para minimizar os efeitos do estresse térmico, a médica veterinária explica algumas estratégias de manejo, como proporcionar sombras naturais (arborização) e artificiais (tendas), ventilação e resfriamento evaporativo são algumas alternativas possíveis. Além disso, aplicar o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), pode favorecer o produtor rural “Integrar a pastagem com arborização não se torna apenas uma opção na redução do estresse térmico em rebanhos, mas também pode servir como forma alternativa de renda, com a produção de madeira ou fornecimento de frutas” conclui Duarte.
A médica veterinária ainda ressalta que proporcionar sombra artificial através de tendas e sombrites é um bom recurso, contudo, os métodos de sombreamento natural proporcionam maior conforto e melhores resultados no manejo. “O sombreamento artificial auxilia apenas na redução da incidência dos raios solares sobre os animais, mas sozinhos não são suficientes para equilibrar sua temperatura corporal, pois não interferem na umidade do ar e na temperatura atmosférica. O estresse térmico em animais é um inimigo que não deve ser negligenciado, pois pode afetar não só a produção como também o bolso do criador” alerta Cheila.
Em uma fazenda no município de Rio Verde (GO), por exemplo, vacas leiteiras ficam em uma sala de espera meia hora antes da ordenha, recebendo água fresca e sombra. Uma outra solução foi improvisar canos e torneiras para refrescar o rebanho nos cochos.
"Eles entram em estresse calórico, estresse térmico. Então isso prejudica bastante, diminui a produção, porque o animal come menos, então vai querer ficar mais na sombra e não vai querer comer, não vai querer ir no cocho, não vai querer andar pra ir procurar água. Atrapalha a reprodução também", diz a veterinária Eliane Almeida Fonseca. Com informações do Canal Rural e do G1.