Publicado em 12/11/2019O Brasil abateu 8,35 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre, aumento de 4% em relação ao trimestre anterior e de 0,5% versus o mesmo período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Já a produção atingiu 2,16 milhões de toneladas de carcaças bovinas no período, aumento de 8% em relação ao apurado no segundo trimestre e de 2,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, segundo os primeiros resultados da pesquisa Estatística da Produção Pecuária.
O aumento da produção de carnes do Brasil, maior exportador global de cortes bovinos e de frango, está sendo impulsionado principalmente pela demanda da China e de outros países da Ásia, notou o pesquisador Sergio de Zen, responsável pelas pesquisas de proteína animal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
“A China, não só a China, mas países do Sudeste Asiático estão drenando toda a proteína possível para lá. Mas temos que observar que a economia global, EUA e Europa, estão em fase de crescimento, pequeno, mas estão crescendo”, disse De Zen à Reuters.
Embora o Brasil consuma a maior parte de sua produção de carnes, a exportação garante parcela importante na demanda.
Nesta terça-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou que mais 13 fábricas de carne do Brasil foram aprovadas para exportar aos chineses.
Na véspera, o governo anunciou que a Arábia Saudita habilitou oito novos estabelecimentos de carne bovina.
Em meio à forte demanda para a exportação de carne bovina, cujos embarques atingiram máxima histórica em outubro, os preços da arroba do boi e da carne estão níveis recordes em São Paulo, importante termômetro para o mercado brasileiro.
O cotação da arroba do boi gordo engatou um movimento de alta e superou o valor de 180 reais pela primeira vez na história, no Estado de São Paulo, na última sexta-feira, segundo dados do Cepea. Na terça-feira, atingiu 183,30 reais, alta de mais de 7% apenas no acumulado deste mês. No ano, o avanço é de mais de 25%.
Segundo o pesquisador do Cepea, além da demanda, o setor de carne bovina ainda registra uma conjuntura de baixa oferta de animais prontos para o abate.
“Não tem o animal confinado nem o de pasto, dado que chuvas atrasaram em relação aos outros anos, é um movimento complexo...”, disse o especialista.
“Tem um desencontro, começa a abater animais com peso aquém (do ideal)... Com expectativa de alta de preço, os produtores começam a segurar (animais), esperando que os animais ganhem peso para serem abatidos”, completou. Com informações da Reuters.