Publicado em 21/03/2024Durante um evento na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ocorrido na última quarta-feira (20/3), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, enfrentou vaias ao elogiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alegando que sua atuação beneficia o agronegócio brasileiro. A declaração não foi bem recebida por líderes do agronegócio e parlamentares da bancada ruralista presentes, que manifestaram desacordo.
Teixeira tentou minimizar a reação negativa destacando o aumento nas aberturas de mercado e os resultados positivos das exportações do setor, atribuindo esses sucessos ao "ativo ambiental" brasileiro que seria promovido por Marina Silva. Ele ressaltou a importância da redução do desmatamento como fator positivo para as exportações agrícolas.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), rebateu, complementando que Marina Silva deveria, então, promover o agronegócio brasileiro no exterior.
Teixeira também anunciou que, no dia 3 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelará a "prateleira de terras", um plano de áreas destinadas ao programa nacional de reforma agrária. Apesar de mencionar que o "estoque de terras" necessitará de complementação por meio de recursos orçamentários e suporte ao crédito fundiário, o ministro não especificou a quantidade de hectares que serão alocados para novos assentamentos.
No mesmo evento, Teixeira informou sobre um futuro pedido de investigação antidumping contra as importações de leite em pó da Argentina e do Uruguai, previsto para ser protocolado pela CNA na próxima semana. Ele argumentou que, apesar do livre comércio, práticas prejudiciais ao mercado nacional não podem persistir, elogiando a iniciativa da CNA e considerando que as medidas propostas serão efetivas para ordenar a situação enfrentada pelos pecuaristas brasileiros devido ao aumento das importações de lácteos do Mercosul.