Publicado em 21/02/2018Após cinco meses na prisão, o empresário Wesley Batista receberá tornozeleira eletrônica e poderá responder de casa ao processo em que é acusado de cometer “insider trading”, que é o uso de informação privilegiada para lucrar no mercado financeiro. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta terça-feira, 20, que ele e o irmão Joesley poderão cumprir prisão domiciliar. Joesley, porém, seguirá no cárcere. Contra ele, pesa outro pedido de prisão preventiva – este autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter supostamente omitido informações de sua delação.
A decisão da Sexta Turma STJ foi apertada, com 3 votos a favor 2 contra a saída dos irmãos da cadeia. Ao final, ficou decidido que, no lugar da prisão, serão aplicadas outras medidas cautelares, como o comparecimento periódico em juízo, a proibição de sair do País e de operar no mercado.
À época, o pedido de prisão dos empresários ocorreu sob fundamentação de que ofereciam risco à ordem pública, econômica e à aplicação da lei penal. A defesa apontou que a prisão era injusta, desproporcional e extemporânea.
O relator do pedido de libertação dos empresários, o ministro Rogerio Schietti, considerou a decretação da prisão preventiva acertada, porém, avaliou que o cenário atual permitiria a aplicação de medidas alternativas. “Passados seis meses do cumprimento da ordem (de prisão), o risco de interferência e risco a ordem se enfraqueceu, mas, para justificar a substituição da preventiva por medidas outras, restritivas à liberdade, se mostram adequadas”, concluiu Schietti.
O advogado Pierpaolo Cruz Bottini, que conduz a defesa dos irmãos no caso, afirmou que o STJ reconheceu a ausência de motivos para justificar a prisão preventiva, “uma medida drástica”. “Agora é responder ao processo, participar das oitivas de testemunhas e apresentar a defesa sobre a inexistência do crime de insider”, disse Bottini após o julgamento. Com informações do portal Estadão.